Resumo
Nomes comerciais
Valium®, Diazepam Teuto®, Diazepam União Química®, Diazepam EMS®, Diazepam Germed®, Diazepam Prati-Donaduzzi®
Apresentações
Solução injetável: 5 mg/mL (ampolas de 2 mL)
Comprimidos: 2 mg, 5 mg, 10 mg
Dose por Idade/faixa etária
Neonatos:
• Anticonvulsivante: 0,1 a 0,3 mg/kg IV, dose única ou a cada 8 a 12 horas.
• Alternativa retal: 0,5 mg/kg por via retal (uso emergencial quando sem acesso IV).
• Evitar uso contínuo pela longa meia-vida e risco de acúmulo.
Pediatria geral:
• Convulsão aguda (IV): 0,15 a 0,3 mg/kg IV (máximo 10 mg), repetir se necessário após 10–15 minutos.
• Convulsão aguda (retal): 0,5 mg/kg/dose (máximo 20 mg)
• Sedação leve: 0,05 a 0,2 mg/kg/dose VO a cada 8–12h (máximo 10 mg/dose)
• Ansiedade ou espasmos musculares: 0,1 a 0,3 mg/kg/dia dividido em 2–3 doses
Via de administração
• Intravenosa (em bolus lento)
• Oral (comprimidos ou solução)
• Retal (gel ou solução injetável)
• Intramuscular (evitar em situações agudas por absorção errática)
• Oral (comprimidos ou solução)
• Retal (gel ou solução injetável)
• Intramuscular (evitar em situações agudas por absorção errática)
Esquema posológico
Solução injetável 5 mg/mL:
• Administrar IV lentamente (mínimo 1–2 minutos), preferencialmente com suporte monitorizado.
• Pode ser usada por via retal em emergência: diluir 1 mL em 1–2 mL de soro fisiológico, introduzir com sonda pequena.
• Em neonatos, iniciar com 0,1 mg/kg e ajustar conforme resposta clínica.
Farmacologia
Classe Terapêutica
Benzodiazepínico – sedativo, ansiolítico, anticonvulsivante, relaxante muscular
Mecanismo de Ação
Potencializa o efeito inibitório do GABA por ligação aos receptores GABA-A, resultando em maior influxo de íons cloreto, hiperpolarização neuronal e inibição da excitabilidade. Atua em várias regiões cerebrais, promovendo sedação, relaxamento muscular e controle de crises convulsivas
Farmacocinética
Volume de distribuição: 1–2 L/kg
Meia-vida:
• Neonatos: 30 a 100 horas (prolongada por imaturidade hepática)
• Crianças: 18 a 50 horas
Ligação proteica: >95%
Metabolismo hepático (CYP3A4), com metabólitos ativos (desmetildiazepam)
Excreção renal
Interações medicamentosas
• Potencializa depressão respiratória quando associado a opioides, fenobarbital ou anestésicos
• Inibidores do CYP3A4 (ex: cetoconazol) podem elevar níveis séricos
• Anticonvulsivantes como valproato e fenitoína podem alterar seus efeitos
Tipo de Receituário
Receita C1 – substância controlada (benzodiazepínico)
Referências bibliográficas
• Young TE, Mangum B. Neofax – 36ª ed., 2024
• Taketomo CK, Hodding JH, Kraus DM. Lexicomp Pediatric & Neonatal Dosage Handbook, 30ª ed., 2024
• Fonseca VM et al. Blackbook Pediatria – 5ª ed., 2019
• UpToDate® – tópico: “Diazepam use in neonates and children” (acesso em abr/2025)
• Consulta à bula do medicamento via Anvisa
Cuidados e ajustes
Contraindicações
• Hipersensibilidade a benzodiazepínicos
• Glaucoma de ângulo estreito não tratado
• Insuficiência respiratória grave sem suporte ventilatório
• Miastenia grave
Efeitos adversos
Respiratórios: depressão respiratória, apneia (especialmente com IV rápido)
Neurológicos: sonolência excessiva, ataxia, amnésia, agitação paradoxal
Gastrointestinais: constipação, náuseas
Cardiovasculares: hipotensão, bradicardia
Outros: tolerância, dependência física e síndrome de abstinência em uso prolongado
Ajustes
Renal:
• Sem necessidade de ajuste inicial, mas monitorar acúmulo em uso prolongado
Hepática:
• Reduzir doses ou prolongar intervalos em disfunção hepática moderada a grave
• Monitorar sedação e acúmulo de metabólitos ativos
Uso na gravidez
Categoria D – uso deve ser avaliado caso a caso. Risco de hipotonia e abstinência neonatal.
Uso na lactação
Compatível com cautela. Monitorar sedação do lactente.
Precauções Especiais
• Monitorar função respiratória após administração IV ou retal
• Preferir via retal ou intranasal em ambiente extra-hospitalar sem acesso venoso
• Evitar uso crônico, especialmente em crianças com risco de dependência